Milagre de San Gennaro não acontece e sinaliza tragédia em 2017



De acordo com tradição católica, não ocorrência do fenômeno precede grandes desastres históricos, como a Segunda Guerra Mundial e uma epidemia de cólera

Para os devotos de San Gennaro (São Januário), 2017 não promete ser um bom ano. Na última sexta-feira (16/12), em cerimônia realizada na Capela do Tesouro, na cidade italiana de Nápoles, o sangue seco do santo, armazenado em uma ampola, não se liquefez.

De acordo com a tradição católica, a não ocorrência do milagre significa o prenúncio de tragédias históricas.

De acordo com a Igreja Católica, São Januário nasceu em Nápoles e foi decapitado pelo Império Romano no dia 19 de setembro de 305. Seu sangue teria sido recolhido e armazenado por uma fiel em duas ampolas. Desde o final do século 14, o milagre da liquefação é documentado pela Igreja.

O sangue seco nas ampolas, apresentado aos fiéis, tem três datas certas para se transformar em líquido: o último sábado antes do primeiro domingo de maio – dia da primeira trasladação do corpo do santo -; o dia 19 de setembro – dia de São Januário -; e em 16 de dezembro.

Segundo a tradição, no dia 16 de dezembro de 1631, devotos de San Gennaro levaram uma ampola com o sangue do santo até uma Igreja próxima ao vulcão Vesúvio, às vésperas de uma erupção que poderia atingir Nápoles.



De acordo com os relatos de fiéis, a erupção foi interrompida e a cidade foi preservada. A não ocorrência do milagre da liquefação do sangue de São Januário, para os católicos, está ligada a grandes desastres históricos, principalmente para a cidade de Nápoles.

Os anos de 1939 e 1940, quando o milagre não aconteceu, marcaram o início da Segunda Guerra Mundial e a entrada a Itália na guerra. Em 1943, outro ano em que o sangue não se liquefez, começou a ocupação alemã na península itálica.

Mais recentemente, em 1973 e em 1980, a cidade foi vítima de uma grande epidemia de cólera e de um terremoto que matou mais de 2 mil pessoas. “Não devemos pensar em desastres e desgraças. 
Somos homens de fé e devemos continuar a pregar.”, declarou, ao jornal italiano La Stampa, Vincenzo De Gregorio, abade da Capela de Nápoles, antes de fechar o santuário que guarda o sangue milagroso.

No dia 21 de março de 2015, o milagre de São Januário aconteceu de forma extraordinária, enquanto a ampola com o sangue do santo era manipulada pelo Papa Francisco.

Foi a segunda vez em que o fenômeno ocorreu na mão de um papa. Antes disso, o fenômeno aconteceu em 1848, com o Papa Pio IX.


Com informações do jornal La Stampa.


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